Vou aproveitar o tema de hoje de um dos programas do Discovery Turbo para falar de um dos pais do novo ativismo. Ralph Nader. O fundador do movimento de defesa do consumidor apareceu no começo dos anos 60. Apesar de ele ser pouco conhecido no Brasil, sua história é mitológica nos EUA. Com 29 anos, recém-formado pela Princeton e Harvard, Nader foi de carona para Washington com uma verba diária que dava basicamente para uma cama no dormitório da YMCA e dois hot-dogs. Mesmo assim, ele teve energia para atacar e derrotar a maior empresa do mundo. Com uma ação judicial e um livro chamado "Unsafe at any speed" - Inseguro a Qualquer Velocidade - O advogado revelou pela primeira vez aos consumidores americanos que uma grande corporação como a General Motors estava mais preocupada em seduzi-los com design e promessas de desempenho do que em proteger suas vidas.
A primeira reação corporativa às denúncias impertinentes foi na linha "quem é este cupim idealista tentando roer nossos pés calejados?". A vida de Nader foi devassada pelos advogados da GM. Nada, absolutamente nada foi encontrado que pudesse desacreditá-lo. Pelo contrário, a investigação da GM acabou fortalecendo a imagem de Nader, que até hoje é o primeiro nas pesquisas americanas quando a pergunta é "quem é o homem mais honesto dos EUA?" Apesar de ter recebido um enorme atestado de bons antecedentes, o cupim idealista ainda teve a petulância de processar a corporação por invasão de privacidade. E o presidente da GM foi obrigado a comparecer na frente de uma comissão do Senado americano, com um imenso rabo entre as pernas, para admitir a má conduta da companhia e realizar o primeiro recall da história.
Com o dinheiro ganho no processo, Ralph Nader fundou o movimento de defesa do consumidor, baseado na colaboração obstinada de milhares de ativistas americanos. Os "Nader Raiders" foram decisivos na criação de leis fundamentais. O movimento atuou em áreas tão diversas quanto a segurança nas estradas, a poluição, a liberdade de informação e a normatização dos ingredientes do hot-dog, entre os quais, nos anos duros de YMCA, se incluíam alguns temperos exóticos como pedaços de jornal e pêlos de porco.
Já nos anos 90, Nader se candidatou duas vezes à presidência dos EUA, pelo Partido Verde. Na eleição passada, foi o candidato mais votado depois do Bush e do Gore, embalado pelo boca a boca e pelo mail a mail da internet, mesmo tendo uma ridícula fração do orçamento dos grandes partidos. Ele chegou a ter quase 10% das intenções, que, na reta final foram reduzidas a 3%, em função voto útil - ou inútil? - dado ao Partido Democrata.
Nader ainda foi levianamente acusado pela mídia séria dos EUA, o que inclui o New York Times e o Washington Post. Para esses jornais, Nader deveria ter renunciado a favor de Gore e não o fez apenas por vaidade. Infelizmente, tem-se aí o sintoma de algo mais sério, que é o fato de que a grande mídia sofre de uma esquizofrenia profunda em função de sua dupla natureza de tentar ser ao mesmo tempo "poder mediador" e corporação econômica.
A primeira reação corporativa às denúncias impertinentes foi na linha "quem é este cupim idealista tentando roer nossos pés calejados?". A vida de Nader foi devassada pelos advogados da GM. Nada, absolutamente nada foi encontrado que pudesse desacreditá-lo. Pelo contrário, a investigação da GM acabou fortalecendo a imagem de Nader, que até hoje é o primeiro nas pesquisas americanas quando a pergunta é "quem é o homem mais honesto dos EUA?" Apesar de ter recebido um enorme atestado de bons antecedentes, o cupim idealista ainda teve a petulância de processar a corporação por invasão de privacidade. E o presidente da GM foi obrigado a comparecer na frente de uma comissão do Senado americano, com um imenso rabo entre as pernas, para admitir a má conduta da companhia e realizar o primeiro recall da história.
Com o dinheiro ganho no processo, Ralph Nader fundou o movimento de defesa do consumidor, baseado na colaboração obstinada de milhares de ativistas americanos. Os "Nader Raiders" foram decisivos na criação de leis fundamentais. O movimento atuou em áreas tão diversas quanto a segurança nas estradas, a poluição, a liberdade de informação e a normatização dos ingredientes do hot-dog, entre os quais, nos anos duros de YMCA, se incluíam alguns temperos exóticos como pedaços de jornal e pêlos de porco.
Já nos anos 90, Nader se candidatou duas vezes à presidência dos EUA, pelo Partido Verde. Na eleição passada, foi o candidato mais votado depois do Bush e do Gore, embalado pelo boca a boca e pelo mail a mail da internet, mesmo tendo uma ridícula fração do orçamento dos grandes partidos. Ele chegou a ter quase 10% das intenções, que, na reta final foram reduzidas a 3%, em função voto útil - ou inútil? - dado ao Partido Democrata.
Nader ainda foi levianamente acusado pela mídia séria dos EUA, o que inclui o New York Times e o Washington Post. Para esses jornais, Nader deveria ter renunciado a favor de Gore e não o fez apenas por vaidade. Infelizmente, tem-se aí o sintoma de algo mais sério, que é o fato de que a grande mídia sofre de uma esquizofrenia profunda em função de sua dupla natureza de tentar ser ao mesmo tempo "poder mediador" e corporação econômica.
E que, para sair de sua adolescência histórica, dá sinais cada vez mais claros de que está optando pela identidade empresarial.
Leaim o livro ou assistam o documentário que está passando no Discovery, ambos são muito interessantes.
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